Em uma cena onírica, eu poderia arrancar esse teu colar e a força arranharia o teu pescoço, as pérolas rolariam no instante das tuas grossas lágrimas ao ver o meu desespero em querer-te, ao ver o teu desespero ser invadido com súbita felicidade, numa mistura clássica de amor e dor com o perdão que eu já teria incondicionalmente sob qualquer ato insano que me levasse a ignorar o tempo, a distância, ressuscitando o que a vida quer deixar entre a morte de três mil ciclos de dormir e despertar o espectro de um sentimento que permanece em um etéreo paralelo como as flores de plástico nos vasos lascados dos cemitérios velando em vão o que se foi.