quarta-feira, agosto 12, 2015

Arcano XVII

Ela espera que eu tenha esperanças. Mas dentro do que se espera, já não há desespero. Foram desatados os nos do novelo. A caixa Pandora abriu. O oculto revelou-se para completar o manifesto. Deixando sair todos os males, a Estrela resplandece desvelando a vaidade, as falsas verdades, afirmando que a esperança não se perde, pois vive acessa dentro dos corações perdoados. 

segunda-feira, agosto 10, 2015

Em uma via expressa de quatro faixas, tráfego intenso, tarde prateada de quase um amanhecer nublado, o teu carro corta pela esquerda. Eu quase atrás em uma cavala, rasgando o asfalto e dançando montada entre os meios do trânsito, nas brechas transcendentais. Te alcanço rápido, enfim.
Passo pela tua janela, entre faixas, no mesmo instante que nossas cabeças dizem sim. No pensamento a fala: - Vai na frente! - Vou na frente! - Te encontro lá. Na sincronia dos verbos telepáticos e na velocidade daqueles que não podem parar, pois é preciso chegar e partir a todo tempo. Muitos obstáculos para se ultrapassar, quilômetros de impedimentos. Onde a coragem para a transmutação se faz presente, na iniciativa de atravessar e superar as barreiras ausentes do tentar.

sexta-feira, agosto 07, 2015

Sob o sol de agosto, o oito se deita em infinitas transformações. Mulher indecisa, que negando tudo, aceita no último momento do sim. E tomando a escolha, sim ou não, tudo a leva. Os minutos são devotados a viver nos segundos de entrega. Gosta do jogo das espadas, de língua afiada palavra, empunha cada, como se em sua outra mão o coração batesse no ritmo das batalhas. Intensidade da pele sobre a flor. No ardor da purificação. Pois em todo lugar que há o bem, e não se pratica o bem, o amor não trabalha, e se cristaliza por falta de serventia. E do mais profundo, soube que amar não sabia. Não sabia que o amor não morre de causa natural... não sabia. Sabia que o amor tem perfeição divina num jeito humano imperfeito de amar.