segunda-feira, novembro 21, 2011

Engano

Era preciso segurar o mundo para que não se precipitasse a morte iminente - pensou. Na divisão o olhar é turvo e o lógico prepotente. A  ponderação sobre a palavra é a lapidação dos significados: está tudo errado - ou tudo não é tudo e só isto. A presença do sentido é temida e sua concepção prolongada. Era preciso segurar o mundo - os cavalos selvagens obedecem à selvageria, era preciso ser selvagem para cavalgar no mundo. Era preciso segurar o mundo sem subir em sua sela. Ironia seria a ausência das montarias... Era preciso sufocar os gritos de horror e deixar a harmonia de um belo passeio e um lago risonho florescer na calmaria. O fracasso da aparência é o requinte da angústia. Era para incendiar os portos, os barcos. Naufragar a liberdade e alimentar as prisões com mais almas. Mas todo o inferno às claras! A antítese não pode ser racionalmente perseguida.
As brumas do caos permitem a divisão entre os mundos - e pilastras foram erguidas ao céu mudo. Suportam e equilibram o mundo à vista. São cumes e o que aparece ainda pode ser velado. As cadeias incendiárias não podem ser vistas a olho nu e suas cavernas são bem guardadas. São alturas fechadas. Lagos e salões subterrâneos, ninfas nas vidraças e falos sobre os altares. Cômico seria resistir contra a própria vontade.
Era preciso segurar o mundo e espalmar o tempo. Na soma dos inversos e dos versos avessos, partiu deixando janelas abertas, chaves na fechadura e a mochila por horas escancarada.



segunda-feira, novembro 14, 2011

IDAVILA - 26ª EDIÇÃO - ANO DE CAPRICÓRNIO

Sensatez itinerante e uma estúpida seriedade.
Uma felicidade maldita nos encontros de salvamento.
Aquela sobriedade solitária. Natália:
Quer partir o meu outro a machadadas.