Voltei pra casa cheia de olhos.
quinta-feira, setembro 24, 2009
sexta-feira, setembro 04, 2009
Rescaldo
Essa voz quente, baixa, profunda, essa voz branca que fala ao ouvido dos anseios, inspira e suspira cada batida doída do coração. Voz de alma penada que precipita um choro sem lágrimas e ressentido de vontades soluçadas inter-caladas, mudas, perpetuando um questionário cansado de respostas vazias e sem destinação. O motivo é esse caminho de pedrarias raras, ricas percorrido somente através das projeções falidas e mentirosas da imaginação para transformar tudo o que é irreal, inatingível, impenetrável, o verdadeiro caminho de pedras concretas, pontiagudas, cinzas no belo de uma paisagem feliz.
Felicidade ologramada que quando tocada, borra-se e se desfaz por falta de carne, osso e alma. O que te faltas? O que te faltas, maldito espectro errante, para te completar e dar vida ao eco dos sonhos moribundos dentro da pele exaurindo o cheiro podre daquilo que não se tem? Diga que com a espada de samurai, mais uma vez talhada em fantasia, te corto a garganta e resgato o colorido real do tudo que dolorosamente faz acreditar.
Esquecimento é só o resto do veneno que ofereces na dose certa, aquela uma antes do encontro com a morte. E o que mais magoa é saber que ainda não matas, pois deves sentir algum prazer em saber que a tua frieza, imparcialidade e indiferença provocam sensações de impotência, aguça todos os sentimentos e alucina na tua ausência de resposta.
Mesmo diante do meu descontentamento, tu permanecerás no espectro, pois me falta força para te trazer a realidade, faltam oportunidades. E até passar a eternidade deste momento, atormentarás em todas as linguagens que conheces, para que continues a reverberar, a mover sem levantar todos os desejos que em mim ficam a esmo.
Assinar:
Postagens (Atom)