Coloco as mãos dentro dos bolsos do casaco, paro numa esquina de sinal verde, um pé na rua e caralho! um carro quase que me leva! Atravesso correndo de alguma coisa que já não consigo nomear. Entro em outra. Reatravesso. Passo em baixo de um ar condicionado que cai um pingo enorme de degelo (só pode ser de gelo!) explodindo no meio da minha testa e dou uns passinhos ligeiros, xingando e rindo com algo que a minha subjetividade calorosa já nem se preocupa em definir. Dos passinhos ligeiros, deixo a minha sorte (ou azar - tomara!) em baixo de uma escada apoiada no prédio logo depois do pingo. E já nem me preocupo em voltar para pegar de volta porque já nem mais procuro discriminar o que é qualquer coisa que seja emparelhada com o tal eu do meu eu afetado depois que descobri os reforços e positivos! que não correm de medo ou de susto ou de ódio de ar condicionado porque veja: até o ar é condicionado se existe o reforço de virar o botão e matar a porra do calor. Tiro o casaco.