Eu não presto. Sou vida fácil, vida solta louca do meu cu. Uivando nas ruas, espalho o gozo do meu cio nas bocas das moças desafortunadas, de bandida vida, boêmia. De vermelho-sangue, demarco o território com batom no ombro dos paletós dos ingênuos nas pistas girantes. A solidão me basta num copo de gin. E faço do meu corpo parque de diversão das crianças iniciadas nos delírios das paixões. Escolho um lugar secreto para viver a morte do que endurece por dentro, invade, sangra e late. Sou a cachorra que morde até o grito, que berra até ficar rouca, a vadia no ar até a rigidez do amor. Nas bocas do lixo me reciclo, me alimento do excremento que jorra do homem sujo, sou o alvo da metralhadora do desejo. Sou uva na boca das bocetas. Sou o que coloca de quatro numa ménage à trois, sou o que fode por trás, explorador das vulvas encharcadas de delírio, bebo e me embriago com a doce dor do sangue da violência do meu pau depois de bater fundo no útero das fêmeas noturnas. Primitiva, me lanço a cavalgar por cima, amazona que cruza com centauros vagabundos relinchando de prazer. Sou paga com a porra que escorre da boca daquelas que se atrevem a engolir. Bebo num beijo de gosma e cuspo na carne fria do homem que acaba de gozar. Sou a terceira da brincadeira. A primeira a sair. Despedaço-me, desarmo, desiludo me monto e sumo.
5 comentários:
L'amour.
tão caio... adoro!
metralhadora cheia de mágoas! Quando dói na pele, é assim mesmo.
Beijos
Heroína do submundo mais imundo que a sociedade teima em esconder. Existe toda uma vida pelos cantos escuros da cidade que nunca adormece. Nem Chico, nem Caio, nem mesmo Dirceu e sua "boca do lixo". Esse escondido repulsivo me bateu mais forte agora como nunca. Desconcertante, desconfortante, identificante, incômodo ... te amo.
Muito bom Isabelle, gostei muito.
Conseguiu expressar alguns sentimentos sem ser vulgar.
Já disse o poeta "vida louca vida", hehehehe.
e fica o convite de um vinho em algum lugar com boa música.
Bjão
JCarlos
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