Para Sarah Antunes
Teus Leões envenenados devoram meus Escorpiões.
As almas se preparam para se tornarem água quando os corpos se tornam ponte de fogo para se alcançarem. Esfregam-se numa tentativa de cortar veias penetrando através de canais para beber o gozo do mais puro sangue visceral. Aceleraram o ritmo para que se possa atingir o grau mais violento do jorro sepulcral. A velocidade pode destruir pontes! A morte iminente é a satisfação de um recomeço, que em algumas vezes, pode ser múltiplos, simultâneos. Uma pausa em um movimento. Um movimento estático. Algo que continua parado e que imóvel é frenético. Este talvez seja o estado de inércia cujo piloto automático é acionado pelo instinto. Mais uma transformação: de repente tudo tão de alma se torna primitivo. Cada parte de um ligado ao outro por correntes, mantendo tudo bem firme, preso. Os nós são as mãos. Quem domina mina o corpo com empurrões, com mordidas, com arranhões. Mina por mina e em cada explosão um grito: a voz ecoa constante em gemidos. A dor é o motor para toda invasão. Pequenas aberturas são arrombadas. Os vãos são alargados e alagados. Escorre os meios com a água que sobrou da alma invadida. A caça convence o animal a dilacerar enfurecido sua carne, a comer seus pedaços. Prende e entontece sua presa com violência: ela se dá por vencida e não oferece mais resistência. A obediência é o respeito pela força. E a traição deste ato é do veneno do desejo. A brutalidade já não pode mais se mover. O veneno já o alcançou. O fruto proibido foi mordido e o pecado precisa ser expulso da pele. Expulso aos gritos, aos berros, urrando a dor do corpo.
O inferno abre as portas para o prazer sair. O animal fica imóvel diante do desejo agonizante, da fúria da morte da caça antes do desfalecimento total. É o respeito em troca pela doação.
A voz ainda vibra em curtos espasmos. Os corpos em chamas diminuem a freqüência permitindo com que a água sagrada do começo das almas voltem ao seu estado original. A ponte percorrida é desfeita e os animais são recolhidos. O fruto do amor é posto em seu lugar. Abrem-se as portas do paraíso.
11 comentários:
Não podia se esperar menos.
O grande gladiador, cheio de músculos e força e o pequeno estrategista que conhece e destila venenos.
A grande luta não se dá pela vitória, mas sim pela junção do que a de melhor em ambos, principalmente elevados a 4ª e 5ª potência.
Todo o meu reino se orgulha de ti!
A escrita ta cada dia mais intensa..você faz o que quiser com ela...encaixa ela onde você bem entender e de cada vez mais aperfeiçoadamente...independente do Tema...Você vem "profissionalizando" mas com a sua liberdade e com o seu tom e timbre...sabe???? Tem ficado um tesão a cada texto!
Uau Isa ^_^
Lindissimo !!!
Entendi ele em 2 formas ... aliás as 2 formas são muito prazerosa !!!
Adorei ... adoro seus Textos =]Eles são uns TESÃOOOOOOOOO !!!
Beijos Carinhosos
Leao vs Escorpiao, eu vejo os dois como, um como o grande rei e o outro o grande poderoso, nao pelo veneno mas pela natureza dele de ser... Tb gostei do comentario da Sarah na parte da junçao de melhor em ambos. E como sempre a srta escrevendo muito bem! Parabens!
cada dia mais intensa eim. Parabéns
Nossa! Que texto show! parabéns!
Claudia
Que odio dessa menina...que odio
o Ódio é por escrever bem, pois ela é uma graça de pessoa!!!!!!!!!!!
Olá, Isabelle... Sinastria II, belo texto. Forte e devorador... continue escrevendo mais e mais... uma ótima semana p/ vc. bjs
Célia
"A dor é o motor para toda invasão. Pequenas aberturas são arrombadas. Os vãos são alargados e alagados. Escorre os meios com a água que sobrou da alma invadida."
Essa parte me trás lembranças... Belo texto.
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