sábado, janeiro 10, 2015

Pia Suja Quarto - Outro Novo Mesmo Ralo

Vamos colocar mais uma vez o Pia Suja no centro do palco - batuque, dança e luz à pino. Pensar em pias sujas como desprazer rotineiro ou prazer continuo. Se acumular, monstros se levantarão pelo ralo e cada louça zumbi não irá causar nenhum mal além de estarem a espera - prerrogativa para a solidão - sobre a pia. Sorte de quem não tem essa fobia. Faz bolo com a panela de macarrão e molho vermelho. Não teme remorsos de ralo, pois a pia não vai devorar a mão. Sabemos que, com o tempo, pode... não sabemos. A ordem está para o caos como o caos está para as pias. O Pia Suja se iniciou copa, preocupado com os enredos das coincidências e observações sentidas. Fatores que habitam o profundo. Por diante, passou a olhar mais para o ralo interno, vão de trevas, desvão de tréguas, cavernosas indagações. A magia comportamental para quem passou a querer saber como a louça da pia - tirando nosso benevolente ato mecânico instintivo consciente de lavar - aparece e desaparece pelo o efeito da sua condutora água para o ralo. Assim, debruçou sobre o olho que vê na posição central da cuia e se desdobrou em Pia Suja - Pelo o olho do Ralo - batuque, dança e luz à pino. Insuportável odor sedutor, roubou suas narinas e conduziu por encanações trágicas e, encanado, entupiu paralisando os canos. Da explosão dos tubos ao esgoto, e por desgosto, passou a existir em outros estados viventes, adaptável ao ambiente, como ratos, baratas, todo o reino de larvas. Descobriu que no sub mundo existem alas: a todo instante se tem a sombra como companhia. Nos becos insalubres escorreu anônimo, desapareceu em si. Seu paradeiro tornou-se ignorado e para além da cuia, já não sabia mais onde estava. Batuque, dança e luz à pino - Pia Suja - para além do Ralo. O que havia depois do ralo senão outros buracos negros? Claro, o desconhecido - onde tudo é enamorado! Onde a raiz da dúvida do ser ou não e em que modo, se instaura para o desenvolvimento do potencial em tomar escolhas. Os enamorados da cena marcam as taças com vinho e o corpo com mordidas ou podem escolher a partida sem mais pias. Escolher aparecer ou desaparecer nunca se tornou tão fácil. A relação de cara pro ralo durante as comemorações de pia suja desde o primeiro aniversário. Pois não há possibilidade de se contribuir para a pia do velório e nem beber o morto quando se é o si mesmo. Experiências de quase morte naturalmente revelam outras realidades para além do visto, outras possibilidades de existir aparentemente igual, mas nunca o mesmo. Aparentemente, o blog Pia Suja agora - batuque, dança, surpresa e luz à pino - ressurgiu de outro estado das formas lodosas como Pia Suja - Outro, Novo, Mesmo Ralo. 

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