O café perdeu a visita. Levou um bolo. Seu destino foi destinado a não se cumprir. Seguindo seu caminho engarrafado por uma noite intocável. Pela manhã, o recipiente que lhe dava forma, ganha outra, o café anoitecido é derramado na pia e ganha um novo destino, por mais outro filtro. Tudo menos um café cozido. Mais um repetido. "Inventário do ir irremediável" sobre a mesa, um telefone morto, mudo. Um vaso de dollar verdinha, verdinha, uma cadeira vermelha de espera vazia e o cheiro de mais um café impregnando a casa. Lembra alguém que não chega e que nunca chegou. As palavras que racham a língua são as mesmas pelas quais o meu ouvido pinga. A fenda possível dividiu o coração dela em dois. O mal que corroí é o mesmo que enferrujou o bloqueio de aço encouraçado. Onde aprendeu a se acomodar com o desamor, as migalhas de um sentimento ostensivo e triste? Guarda agora as malas e só quando tocar a campainha, saia correndo para receber a quentinha do amor pouco. Aquele chá da tarde inexpressivo já não posso oferecer. O pouco da distância proporciona a ilusão aparente de amor lúcido. Se as horas passam é por alguém que não chega e amaldiçoado, deve ficar entre os restos ou derramado.
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