Depois de meses que foram contados como milênios, cruzo a cidade. Morro dentro do trem. Dentro do trem morro a cada segundo que penso que por mais alguns minutos de séculos vou te encontrar e colidir o tempo e a espera com a esperança já num presságio presente, agora por pouco mais algum agora, prestes a acontecer. Um pré-sentimento sobre os trilhos, pulsante de destino certo. Saber que a pouco só a porta da tua casa nos separa. A tua mão trêmula sobre a maçaneta. A porta aberta no último quarto de década para que tu gires a chave. Definho na certeza de chegar morta no caminho com a segunda certeza de renascer do outro lado dos teus braços, nos teus abraços, que tanto espero ainda dentro do trem.
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