- Você nunca deveria ter ido.
- Mas experimentar outras almas é sempre bom.
- Não quando se degusta o amargo, o “simples demais”, entende?
- É, realmente era tão simples que chegou a embrulhar o estômago.
- Você é sofisticada demais, sua esfinge!
- Sofisticada demais ou não, para que ter pouco se pode ter muito?
- Só quero ver se você perdeu a oportunidade de conhecer de fato aquela alma que você tanto queria. Aquele ser do paraíso! Aquela que só se acha freqüentando os mesmos lugares.
- Mas, valeu a pena pelo o menos em algum momento?
- Definitivamente não. Não valeu a pena. Mas a vida é assim meu amor. Vai se acostumando. A riqueza almática é complicada de se achar hoje em dia. É preciso ter olhos clínicos e sempre atentos.
Relatório infernal eram aquelas três de mim na luz da rua. Mas merecia a bronca. Tarde, era mais ou menos tarde porque eu não via a hora de ir embora e me lavar do simples.
- Entenda, não é o simples, mas um ciclo infernal de simples. Sem acrescentar nada. O seco que se acha o mundo. Simplicidade nesse grau acaba virando coisa vampírica, não é mesmo?
- Livre-se disso! Livre-se do karma.
“Deus, livrai-nos dos karmas. Deus, livrai-nos dos karmas. Deus, livrai-nos dos karmas.”
- Eu vi como você estava: sem nem conseguir cercar seu espaço. Agüentando um papo ginasial e se camuflando entre o jazz, reencarnação, Deus, Diabo e todas aquelas coisas de bagagem.
- Já chegamos a um consenso, já que em alguns segundos, só irá restar você sem luz de rua no corpo. Livre-se das coisas que não acrescentam em nada, assim que ver que dali não sairá mais nada, não prossiga ate esgotar as suas energias. Você está se sentindo até suja! Não se meta em nada que não haja troca. É fundamental. Agora entre e vá inspirar sua alma. Todas nós estamos precisando.
Este texto foi publicado no antigo endereço piasuja.zip.net que fora excluído.