quinta-feira, outubro 23, 2008

Chuva de Vulcão

LAVA, LAVA SOL EM ESCORPIÃO!

sábado, outubro 18, 2008

Estrela

SIGNIFICA "ESPALHAR LUZ"

Pierrete

Para Andressa Egas


“E a vida segue, sempre nesse vai e vem que não passa das ondas do amor.”
Marina Lima



Ela imaginava que o amor era possível e que possuía uma bagagem imensa de outras relações. Experiências que cauterizaram o coração por diversas vezes. Caminhava em busca de sentidos, sentidos do amor. E sempre encontrava um alvo para as suas aventuras.

- Eu conheci uma pessoa ontem no bar, Marina. E acho que desta vez pode dar certo! Desta vez é diferente! Ela veio de uma relação conturbada, já navegou nas águas do desamor, da desilusão e eu também já naveguei por essas águas. Ela está a fim de mudar, viver algo saudável e eu me vejo na hora exata para isto na vida dela e na minha.

Por mais que eu falasse, ela sempre esquecia os detalhes, ela era confiante demais na forças do destino. Hoje eu digo com ironia, pois alguém tão mestra em compartilhar o bem, uma alma tão profunda e intensa poderia se perder pelas ilusões da paixão sem notar, como alguém que anda no deserto atrás de uma miragem de oásis, desfalece desidratado exposto a um sol de quase 50º e morre de calor sem sentir.

- Estamos profundamente apaixonadas e prontas para um novo relacionamento. Ela é intensa, atenciosa, é uma louca na cama e quando me beija parece que me derrete. Estamos namorando, isto não é incrível? Poxa Marina, você vem me acompanhando todo esse tempo e quantas vezes eu não me ferrei? Desta vez é diferente e quem sabe você pode ser até a madrinha do casamento!

Sim, eu a acompanhava há muito tempo e quantas vezes eu não a ouvi dizendo que aquela ou essa vez seria diferente? Ingênua e sentimental, eu a via vestir a fantasia da paixão e desfilar nas avenidas da desilusão. Ela se projetava demais. Via a outra como uma espelho e deformava a sua própria imagem. Eram os amigos, as baladas vazias dos finais de semana, as brigas sem sentido, as disputas pelo poder, as conciliações saboreadas num sexo frenético e empapuçado de um amor-dor masoquista.

- Sabe, eu não sei o que acontece. Eu me entreguei por inteiro e ela é oras tão quente oras tão iceberg. Acorda do meu lado, me beija, diz que me ama e a tarde é mal-humorada, diz que está de saco cheio das minhas pressões para que ela seja no mínimo constante. A maioria das vezes não me sinto satisfeita com ela. Ela é rasa, imatura, distante e egoísta. Depois me dobra na cama, dizendo que me ama, mas que a difícil de lidar aqui sou eu e acabo pedindo perdão pelo o que nem fiz para que possamos ficar bem. Terminamos ontem, Marina. Voltamos hoje.

O princípio do fim começara. Era uma questão de tempo até tudo desmoronar por completo. Todos os planos, os sonhos iriam naufragar e quando estivesse boiando em alto mar sem a proteção do navio da relação, iria se esforçar para morrer e salvar o afogado. Iria chorar, berrar, escancarar a boca para dor, beber o sangue da ferida aberta, gritar e se culpar por longos meses.

- Acabou, Marina! Acabou! Eu não quero vê-la nem por um decreto! Ela é louca e está me enlouquecendo também. Eu não agüento mais. Me perdi novamente. Confiei mais uma vez, mas não posso acreditar numa relação que não há futuro, onde nossas vidas são vazias. Não posso ficar com uma pessoa que diz que me ama e no dia seguinte me trata como se eu fosse nada. Eu não posso implorar por amor, Marina. Eu sei como isso funciona muito bem e não posso cair nessas armadilhas. Vou ficar sozinha, na minha. Vamos sair Marina, beber e esquecer os desamores.

Ela voltou e terminou mais duas vezes logo depois. Uma traição aconteceu e ela ficou mais fragilizada do que estava. Perdida, desprezada, com a fantasia rasgada nas mãos, não saia de casa por nada. Se puniu por muitos meses, se lamentou até a última gota de amor próprio. Aos poucos, mudou a rotina, conheceu pessoas novas, se valorizou mais. Começou a sair novamente. E quando encontrava com o ex-amor, feria com o mesmo ferro que fora ferida. Tratava com desprezo agora que estava linda, solta, solteira e com a fantasia costurada. Mas eu sabia que era mais um ciclo que ela fechara para iniciar outro assim que se sentisse pronta. Passou a dizer que tinha novas metas no amor. Não mergulharia se não fosse profundo. Queria alguém real sem desertos, sem miragens. E assim, pela manhã, o meu telefone tocou:

- Marina?! Preciso te contar! Eu conheci uma pessoa ontem no bar! E acho que desta vez pode dar certo! Desta vez é diferente...

domingo, outubro 12, 2008

Circular

"...Meu amor eu não esqueço
Não se esqueça, por favor
Que eu voltarei depressa
Tão logo a noite acabe
Tão logo esse tempo passe
Para beijar você..."
(Paulinho da Viola)
As palavras ogivas serão enviadas por um avião inter-cosmos através das altas freqüências do tempo para bombardear os mangues da falta de razão afetiva, mas que na verdade, aos olhos dos tolos, são majestosos castelos de ouro e muralhas resistentes. A hora do lançamento será a visão do primeiro furo na represa do Rio que corta as terras além – etéreo que espera a hora de dominar as terras que lhe foi negado o contato. Assim que o Rio alcançar o Etéreo, a bomba será lançada para destruir toda e qualquer ilusão dos castelos dourados de lama ao mesmo tempo para que se restabeleça o eterno contato com as coisas da verdadeira alma. Essa guerra é analisada sobre a visão do Materialismo Histórico e busca certo equilíbrio. Em sua bandeira está escrito: O Tempo é senhor do Amor. A Tropa está animada e preparam tudo de maneira pacifica e a maioria das vezes subliminarmente. Será iniciada nas reconexões. Estamos só aguardando a assinatura de ordem de uma das patentes mais altas que regem os cosmos: o Destino.

sexta-feira, outubro 10, 2008

“O Eterno Deus Muh dança!”

O Deus Muh dança nos tempos, saltitando sobre Cronos, desordenando, futuro, presente e passado pelas freqüências dentro do emaranhado dos fios.

O Deus Muh dança com os amores nas festas de casais.

O Deus Muh dança sobre os pais envelhecendo os filhos.

O Deus Muh dança pelas ruas, esquinas, becos e beiras.

O Deus Muh dança nas árvores das praças, nos jardins, desalinhando o cabelo das estátuas.

O Deus Muh dança com as marés, com os lobos, com as Deusas.

O Deus Muh dança nos caminhões, sobre as motos, em bicicletas.

O Deus Muh dança no ar, na terra e nas labaredas.

O Deus Muh dança nos cinemas, teatros e novelas da vida, nas tintas.

O Deus Muh dança em mim ainda.


*O título "O eterno deus Mu dança!" é letra e música de Gilberto Gil de 1989.

Ponto Alto da Cidade do Etéreo (Linguagem)

Sublimar a paixão é uma das formas de não prender o Amor em um campo de concentração.




Chegada :Estação Itinerante da Cidade do Etéreo

Só um coração amante da vida pode atingir a liberdade do Amor.

segunda-feira, outubro 06, 2008

A caminho da Estação do Etéreo

“Coração, coragem, pra qualquer viagem, pra qualquer sermão”.
Marina Lima

Existe um certo veneno no sono, mata dormindo, quando um dos meus eus, preocupado comigo, levanta de mim, joga num conta-gotas gotas de antídoto no meu peito produzido em um sonho qualquer de uma outra que não sou eu, que pede para me predominar, gota a gota, como venho construindo esse teto seguro em cinco dias de quinze horas de pequenas mortes, um velório sem fim sobre o colchão, a cabeça no travesseiro, a alma passeando em paises estrangeiros a mim, a gota cai fazendo buracos negros de verdades em que despenco como uma cadente indo pra onde eu não sei depois do pedido, num desespero doce de encontrar soluções súbitas, tão exatas, como mágica, colorir de uma vez com um dedo só, todo o alfabeto da cartilha da série dos vintes e muitos anos que tenho e com as operações básicas aprendidas, multiplico os anos por dez, duzentos anos de solidão é o resultado da conta de tantas construções e desmoronamentos, demolições, ricos empreendimentos, prédios de luxo, cinqüenta andares de prazer e cinqüenta dinamites escondidas atrás dos extintores personificados em fiscais de obra quando algo sai errado, extinguem o comportamento, chamam a vigilância e destroem num sofro o edifício que se fazia tão perfeito, é difícil recomeçar, ecoava nos desfiladeiros do sonhos, na “Bouvelad of broken dreams”, vago só a alma sem alma, itinerante racional na freqüência do passado emocional tão carregado de mágoas, culpas, amores retraídos, desejos de se libertar de tudo isso, das lembranças da proa de um navio já naufragado, sentada na rampa de um prédio abandonado, pego o ultimo cigarro, troco por vodca com a menina sentada atrás de mim, flerto, mas de boa, sem grande empolgação porque conheço os ciclos sem fim e já hoje não há ciclo que me engane, exceto os novos que tenho evitado entrar para não se coincidirem com os velhos, me pergunto do sentido, que sentido? O sentido que vaga numa bruma rala, aguada, áspera, diz que é parte do jogo não ver além de dois passos adiante forçando corajosamente a olhar apenas o chão pisado no momento do pé direito, pé esquerdo, sem filosofias mirabolantes, profecias, a névoa pede para não olhar para trás, perco a chave da moto, sigo como quem anda com um grande segredo, uma grande verdade que escorrega todos os dias no canto da minha boca, limpo o excesso de saliva, não digo, ando dormindo pra tomar um café a sós comigo, se eu mesmo mal consigo explicar, só sentir, e ver o meu andar do presente, mesmo o meu pé sendo oras passado, oras futuro nos passos que só se tornam presente de fato quando os pés estão juntos, ou deitados, a loira me abraça por trás, oi morena! dou um sorriso, flerte, mas de boa, pego a chave da moto que ela achou, acordo, relembro do meu espírito vagabundo na rampa do prédio abandonado onde as pessoas se encontram pra beber, fumar, vandalizar, viajo de novo, mais quinze horas, água no criado mudo para regar o velório, as sucessivas mortes em função de uma grave infecção mental, aquela que afeta o lobo parietal por querer perder a memória, e levando a vida quase morto, vivendo nos sonhos o real do inconsciente, acordo de novo como quem volta de um coração quase parado, à eletro choque.

quinta-feira, outubro 02, 2008

Bilhete para Bê

Adorei o jantar, o vinho, a boa escolha do blues e principalmente a leitura da tua alma e a viagem para dentro do teu corpo.

Às 22:30h eu volto para te ter e fazer mais e mais amor com você.
Um beijo bem gostoso!