Para André L. Gonçalves
“Et le temps perdu
“Et le temps perdu
À savoir comment
Oublier ces heures
Qui tuaient parfois
À coups de pourquoi
Le coeur du bonheure”
Sobre as tuas fotografias espalhadas sobre a cama, como num funeral sem fim, sem caixão, sem terra, sem velas, tendo como um manto a recordação de uma época em que as sementes eram gratuitas e eternas, eu estava presa.
Deliberadamente presa em uma corrente de sangue rápida, em uma freqüência frenética que dominava os órgãos da carência, da saudade, bombeando a minha glote a se fechar até dissolver com a fúria de um ácido nostálgico, contaminado minha saliva seca através de um penoso refluxo implosivo, os meus olhos de lágrimas pretas de luto por um tempo que se passou deixando as felicidades das partilhas singulares e imensamente recompensadoras.
Talvez eu pudesse voltar nesta mesma freqüência com outro sotaque, em outra língua, e provavelmente a favorita, me invadiria o espírito numa viajem astral. Eu estaria no mesmo lugar do tempo em que distraídos bebíamos, não pra ficarmos bêbados, ou soltos, mas para podermos embriagar o corpo com o álcool que a alma engolia e produzia de mim para ele, dele para mim, a embriaguez fluida, enaltecendo nossos pensamentos em caros e raros licores anímicos.
E no swing das vozes, na dança da sincronia das palavras, com o corpo das línguas, nós penetrávamos os ouvidos virgens dos nossos sons, com o fálico das sensações chegando ao clímax da cumplicidade e da igualdade.
Por que éramos iguais? Porque éramos iguais, gostávamos dos iguais, dos "invertidos" e parelhos. Éramos iguais em pureza nesses estados de troca, não importava a idade ou o tempo, ou por quanto tempo não fazíamos este tipo de sexo oral. O Sol dele estava exatamente onde me ascendia: na Constelação dos puros onde não há céu igual em claridade.
Eu sorria, eu ria, eu gargalhava com a simetria das nossas comédias trágicas, das poesias rebuscadas, das chulas e desidratadas, das músicas parafraseadas, dos bordões inventados, da bossa sem fim, da estrelinha que ele rodava nos jardins infantis das nossas piadas e do veneno quente que escorria das nossas bocas nas críticas corrosivas e sem direito de defesa que fazíamos com o humor e máscaras negras nas sombras dos abanos das aias.
Deliberadamente presa em uma corrente de sangue rápida, em uma freqüência frenética que dominava os órgãos da carência, da saudade, bombeando a minha glote a se fechar até dissolver com a fúria de um ácido nostálgico, contaminado minha saliva seca através de um penoso refluxo implosivo, os meus olhos de lágrimas pretas de luto por um tempo que se passou deixando as felicidades das partilhas singulares e imensamente recompensadoras.
Talvez eu pudesse voltar nesta mesma freqüência com outro sotaque, em outra língua, e provavelmente a favorita, me invadiria o espírito numa viajem astral. Eu estaria no mesmo lugar do tempo em que distraídos bebíamos, não pra ficarmos bêbados, ou soltos, mas para podermos embriagar o corpo com o álcool que a alma engolia e produzia de mim para ele, dele para mim, a embriaguez fluida, enaltecendo nossos pensamentos em caros e raros licores anímicos.
E no swing das vozes, na dança da sincronia das palavras, com o corpo das línguas, nós penetrávamos os ouvidos virgens dos nossos sons, com o fálico das sensações chegando ao clímax da cumplicidade e da igualdade.
Por que éramos iguais? Porque éramos iguais, gostávamos dos iguais, dos "invertidos" e parelhos. Éramos iguais em pureza nesses estados de troca, não importava a idade ou o tempo, ou por quanto tempo não fazíamos este tipo de sexo oral. O Sol dele estava exatamente onde me ascendia: na Constelação dos puros onde não há céu igual em claridade.
Eu sorria, eu ria, eu gargalhava com a simetria das nossas comédias trágicas, das poesias rebuscadas, das chulas e desidratadas, das músicas parafraseadas, dos bordões inventados, da bossa sem fim, da estrelinha que ele rodava nos jardins infantis das nossas piadas e do veneno quente que escorria das nossas bocas nas críticas corrosivas e sem direito de defesa que fazíamos com o humor e máscaras negras nas sombras dos abanos das aias.
E se eu ainda rio até chorar e choro até rir é porque esta viajem de ida e volta pelas primaveras e verões, se inicia sempre que deito a memória dele entre as minhas pernas abertas e sedentas de saudade.
O que foi marcado por debaixo da pele, tudo o que lembra e relembra a falta aqui no meu espaço, tão estreito e tão longe do dele, permanecerá atento a qualquer movimento, a qualquer demonstração de amor continuado através da distância e do tempo.
O que foi marcado por debaixo da pele, tudo o que lembra e relembra a falta aqui no meu espaço, tão estreito e tão longe do dele, permanecerá atento a qualquer movimento, a qualquer demonstração de amor continuado através da distância e do tempo.
2 comentários:
Obrigado pelo belo presente adiantado de aniversário... Como já disse, suas palavras me levam e me lavam a alma... é uma sensação singular sentir-me assim... pleno depois de te ler... é como sentir-se saciado depois de longas horas saboreando os manjares dos deuses...
Bjs linda... Merci...
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