segunda-feira, agosto 10, 2015

Em uma via expressa de quatro faixas, tráfego intenso, tarde prateada de quase um amanhecer nublado, o teu carro corta pela esquerda. Eu quase atrás em uma cavala, rasgando o asfalto e dançando montada entre os meios do trânsito, nas brechas transcendentais. Te alcanço rápido, enfim.
Passo pela tua janela, entre faixas, no mesmo instante que nossas cabeças dizem sim. No pensamento a fala: - Vai na frente! - Vou na frente! - Te encontro lá. Na sincronia dos verbos telepáticos e na velocidade daqueles que não podem parar, pois é preciso chegar e partir a todo tempo. Muitos obstáculos para se ultrapassar, quilômetros de impedimentos. Onde a coragem para a transmutação se faz presente, na iniciativa de atravessar e superar as barreiras ausentes do tentar.

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