quinta-feira, janeiro 31, 2008
Venezianas
Meu desejo se tornou um sonho e meu sonho um capricho.
Em três tempos distintos percorri o caminho inverso.
E na contramão, sigo caprichosa, desejosa e sonhadora.
- Em segredo, em segredo.
quarta-feira, janeiro 30, 2008
Premissa - No casulo da Fênix
Saiu ele - O Diabo. Aquela mulher de frente para um espelho que não refletia sua imagem me congelou por dentro. Aquela mulher ruiva, seminua, sem reflexo, vampira, diaba.
- Eu, diaba?
- Não, não, não. Não esquenta. É tentação, provação, esses carnavais bíblicos.
- Mas eu fui Diaba?
- Já disse que não.
- Eu fui o Diabo, então? Ou o Diabo está atrás de mim? Eu vou me ferrar, não vou?
- Já disse que não inferno!- riu. É transformação. E radical hein?! Essa imagem que você já não mais vê é essa recente desilusão que você teve. Você já não se via tão refletida e mesmo assim continuava em frente deste espelho negro. Desilusão para uma transformação.
Você deve estar se sentindo como um navio nas brumas, na calmaria dos ventos com dois porões cheios d’água. O mapa para aquele porto eterno é tatuado no teu corpo e você transcende até lá. Como uma dimensão recôndita, paralela. E isso não é para agora. Tire a água dos porões com calma, mas não atraque. Gera confusão tudo isso. Não vai adiantar você atracar, embora não goste dessas águas escuras do presente. Não jogue a ancora em nada ainda. Não é seguro. Não olhe mais o mapa antigo. Neste você já encontrou todos os tesouros que tinha e até se machucou bastante pela aventura. Já abandonou a ilha, os paraísos primitivos. É hora de navegar mesmo no meio da neblina. O Diabo não mente. Quero dizer que sua própria personificação é a mentira, a enganação e isso ele não nega. E você já não se nega mais.
Acharás terra novamente e um outro mapa para além mar e será realmente divino! Voltastes para o seio da Grande Mãe onde ficarás até romper o casulo, minha cara! Confie no Diabo. E ele tudo o fará...
- Eu, diaba?
- Não, não, não. Não esquenta. É tentação, provação, esses carnavais bíblicos.
- Mas eu fui Diaba?
- Já disse que não.
- Eu fui o Diabo, então? Ou o Diabo está atrás de mim? Eu vou me ferrar, não vou?
- Já disse que não inferno!- riu. É transformação. E radical hein?! Essa imagem que você já não mais vê é essa recente desilusão que você teve. Você já não se via tão refletida e mesmo assim continuava em frente deste espelho negro. Desilusão para uma transformação.
Você deve estar se sentindo como um navio nas brumas, na calmaria dos ventos com dois porões cheios d’água. O mapa para aquele porto eterno é tatuado no teu corpo e você transcende até lá. Como uma dimensão recôndita, paralela. E isso não é para agora. Tire a água dos porões com calma, mas não atraque. Gera confusão tudo isso. Não vai adiantar você atracar, embora não goste dessas águas escuras do presente. Não jogue a ancora em nada ainda. Não é seguro. Não olhe mais o mapa antigo. Neste você já encontrou todos os tesouros que tinha e até se machucou bastante pela aventura. Já abandonou a ilha, os paraísos primitivos. É hora de navegar mesmo no meio da neblina. O Diabo não mente. Quero dizer que sua própria personificação é a mentira, a enganação e isso ele não nega. E você já não se nega mais.
Acharás terra novamente e um outro mapa para além mar e será realmente divino! Voltastes para o seio da Grande Mãe onde ficarás até romper o casulo, minha cara! Confie no Diabo. E ele tudo o fará...
terça-feira, janeiro 29, 2008
Pia suja e seus significados
O Pia suja mudou de casa depois de um ano existência. Trabalhou muito, juntou uma grana, passou por poucas e boas e vive mantendo a pia oras limpa, oras suja, mas não deixando seus rituais, comemorações e enlutamentos de lado. A pia mudou de endereço, mas seus móveis são os mesmos sempre com uma bugiganguinha nova. Sabendo que sempre essas coisas de satisfação de ego geram bagunça. Encher a pia da festa e do café, do lanche e do jantar. A gente continua não pensando nela quando faz. Louça suja é conseqüência do gozo e o que importa é gozar! Quem é que vai lavar é o de menos. O importante que “PIA SUJA” ainda está para contar estórias. Porque já foi deixado estampado que as pias sujas também contam estórias. Cada pia suja conta um momento celebrado e um momento vital. Sua pia suja pode ser mais arrumadinha, sem tanta sujeira. Pode ser de louça de barro, de cristal, pode ser só de prato, tigela das mais variadas tigelas; pode emendar um escorredor e misturar coisa limpa com coisa não tão limpa; pode ter copo americano, de porcelana ou de requeijão. A estória que ela conta do que ficou e a segunda estória que ela conta de água e sabão é o motivo pelo qual vivemos. Todos nós sujamos a nossa pia e a lavamos depois como um ciclo de vivência.
O Pia Suja agradece a todos que a visitaram em sua casa antiga compartilhando seus prazeres e desprazeres. Estes serão sempre bem-vindos à casa nova.
Os significados da pia continuam esféricos e mutantes. A pia enche mais uma vez sendo ela mesma, mas não sendo sempre a mesma.
E novamente: "Sintaxe" em casa na nova casa bagunçada ainda - da Pia!
O Pia Suja agradece a todos que a visitaram em sua casa antiga compartilhando seus prazeres e desprazeres. Estes serão sempre bem-vindos à casa nova.
Os significados da pia continuam esféricos e mutantes. A pia enche mais uma vez sendo ela mesma, mas não sendo sempre a mesma.
E novamente: "Sintaxe" em casa na nova casa bagunçada ainda - da Pia!
segunda-feira, janeiro 28, 2008
Vênus Seco
Essa minha cabeça é um mês de vários dias nublados... E ainda chove.
Esse meu coração é um planeta vira-lata sem órbita – Gira em todo sistema.
Essa minha alma é uma mole dançarina: não importa os dias cinza de cabeça ou as reclamações de um coração mendigo – ela sempre se derrete conforme a música.
Estes fragmentos foram publicados no antigo endereço piasuja.zip.net que fora excluído.
Esse meu coração é um planeta vira-lata sem órbita – Gira em todo sistema.
Essa minha alma é uma mole dançarina: não importa os dias cinza de cabeça ou as reclamações de um coração mendigo – ela sempre se derrete conforme a música.
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quinta-feira, janeiro 24, 2008
Desiré
Para Éter
Eu disse a ela francamente – liberte-se para o desejo. Esse desejo que abraça tuas costas e se insinua pelos meios de ti. Eu disse a ela – não tem problema: seguiremos no teu ritmo. Adoraria saber o que foi que te seduziu. Esse meu mundo? Oras, não tenha medo Pequena, não tenha. É perigoso, mas é o tempero, é o que torna tudo mais gostoso. E não me pergunte por que eu ainda não a devorei. Não sei. Eu disse a ela – Quando esse desejo te pegar de jeito, eu estarei ali para que ele me use como instrumento.
Este texto foi publicado no antigo endereço piasuja.zip.net que fora excluído.
segunda-feira, janeiro 14, 2008
Chuva
Desculpe, eu sei, já está tarde. Já são três e tal da manhã, mas não pude deixar de te ligar porque sei que o teu navio já está no porto e você tem que partir. Eu sei o quanto pensou e repensou para fazer as malas desfazer a cabeça, a mente o coração juntar os três tempos pegar o ônibus atravessar a cidade para estar aqui. Eu sei o quanto pensou e repensou em ter que deixar essa coisa de alma. Essa coisa estranha que sempre aconteceu entre mim e você, mas não pude deixar de escutar o teu recado sublimar, mesmo você não querendo deixar e mesmo eu agora em outro hemisfério. Eu vim só pra dizer que sei o quanto você amou e o quanto eu amo, eu te amo e não poderia deixar você partir assim às avessas, chorando o que nem tem pra chorar. Eu só queria te dizer que eu me importo e que eu não queria que você partisse. Mas não é justo, eu parti também e você sempre soube de todos os meus lados egoístas tal qual criança emburrradinha emburradona no canto da sala chupando o dedo para fazer dengo e charme. Você sempre gostou das crianças em mim. Me perdoe a hora, eu não quero te atrasar porque assim continuaria a ser egoísta e você sabe o quanto eu tento outra vez te merecer. O que me conforta é que você sabe que tento te merecer se não nessa vida em outra e pára de dizer isso que você está tentando me dar o teu amor por dez vidas. "Futuros Amantes" sempre foi o nosso hino, "Amores Possíveis"..."Velas e Vento"... Não, não chora é só uma temporada. Chora, chora por causa da chuva de agora. É só o tempo do mestrado e até a volta. Eu sei que ando tomando posturas diferentes das que eu tomava e você fica se perguntando o porquê dessa mudança drástica sendo que você até mais do que eu sabe que não preciso destas coisas (será?). Eu vacilo no teu amor entre admiração e raiva que logo passa se ligo o rádio e te chamo na freqüência das almas friamente sedutora com voz de esfinge escondendo o tesão em falar com você porque não pode ser mais, não cabemos mais e assim te persigo por esses vãos mesmo você de saída agora resolvendo me deixar pra navegar em outros mares já que eu fui para tão longe. Preciso desse frasco de fé que vem do futuro e eu não consigo dizer mais nada porque esse meu vocabulário é pobre demais para expressar o que a boca não entende e que só os ouvidos da alma de maneira primim subliminar é capaz de entender. Sei que você mudou. Eu mudei. Eu agora vivo em me perder e me achar me perder e me achar com aquela certeza de triste perfeição única com você toda vez que fracasso no amor meu no desperdiço da desilusão porque não há porto como o teu que comporte esse amor de abismo. Eu parti. Eu me parti em mil pedaços e você agora parte e eu espero da boca pra fora e sinceramente falo que você se ache e que você agora note a negação nos meus olhos, este meu sentimento falso que você encontre outro amor na vaidade de dizer que o seu tombo sempre será aqui na queda. E pra consolar meu amor, que a chuva passe e que você navegue e navegue e volte e volte no exato momento de eu voltar. Já gastei tuas horas com inúmeros cafés e agora... Não se preocupe... É só chuva. É só água... Não há mais tempo nem pra cinco minutos de um cigarro. Tudo bem... Entre no trem...
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sexta-feira, janeiro 04, 2008
Esse teu eclipse
DELVOLVA MINHA PAZ
JÁ QUE NÃO SENTE MAIS O TAL DO AMOR
ESSA COISA DE QUERER É PRA GENTE QUE NÃO SABE O QUE QUER
É UMA BOSTA QUALQUER...
Este poema foi publicado no antigo endereço piasuja.zip.net que fora excluído.
JÁ QUE NÃO SENTE MAIS O TAL DO AMOR
ESSA COISA DE QUERER É PRA GENTE QUE NÃO SABE O QUE QUER
É UMA BOSTA QUALQUER...
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quinta-feira, janeiro 03, 2008
Valkíria
Venha e enterre na minha garganta o ferro da tua fraqueza.
Venha porque me agrada o gosto do erro que masco até formar uma gosma azul congelante que não hesito em cuspir nos teus olhos falsos.
Venha forte e com razão me contaminar com a doença do teu ciclo vicioso de desilusão, pois quanto mais sofro mais gosto do gosto de metal.
Venha e venha mais gostosa do que nunca implorar o que antes era gozo esse meu vômito de coração derretido e exporrar na tua boca o que você excitou.
Estes fragmentos foram publicados no antigo endereço piasuja.zip.net que fora excluído.
Venha porque me agrada o gosto do erro que masco até formar uma gosma azul congelante que não hesito em cuspir nos teus olhos falsos.
Venha forte e com razão me contaminar com a doença do teu ciclo vicioso de desilusão, pois quanto mais sofro mais gosto do gosto de metal.
Venha e venha mais gostosa do que nunca implorar o que antes era gozo esse meu vômito de coração derretido e exporrar na tua boca o que você excitou.
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quarta-feira, janeiro 02, 2008
Que seja melhor
Viva o momento - ela disse. Precisa sentir até o final, Olhos Azuis. Morra antes de tentar viver novamente. Viva por enquanto tentando morrer... Ou matar. Que seja melhor viver ou morrer tentando matar depois de se tornar uma morta viva. Talvez pense demais e faça tudo em retas. Precisa capotar essa louca nessas curvas que desembocam em algum abismo com milhares de metros de profundidade. Cair cair cair e sentir a gravidade nas costas pesando pesando caindo caindo como quem se atira de um avião a milhares de pés do chão sem pára-quedas. E sem respirar. Não respire. Sinta-se como se estivesse a milhares de quilômetros da costa em mar aberto boiando boiando desesperada com medo da água. Pode também afogar-se na espessura da lama, na viscosidade do charco. Sinta a terra pesada sobre o teu corpo vivo e enterrado e os vermes que te comem de dentro para fora. Que seja melhor a chuva ácida ao terror da alma em não ser mais amada.
Chicotei a dor com a língua dentro de outras bocas. Tente desesperadamente se encontrar em outros olhos. Depois seque a retina de lágrimas e tome-as entre cigarros e álcool. Trague fundo a agonia. Dê grandes goles de arrependimento. Que seja melhor essas punições ao corpo mantendo-se viva com eletro choques de dor do que o óbito literal. Precisa então viver, se tudo beira tanto a morte. Precisa mesmo é sentir, sentir até o final, Olhos Azuis. Que seja melhor agora a morte do fim para que haja vida no recomeço.
Chicotei a dor com a língua dentro de outras bocas. Tente desesperadamente se encontrar em outros olhos. Depois seque a retina de lágrimas e tome-as entre cigarros e álcool. Trague fundo a agonia. Dê grandes goles de arrependimento. Que seja melhor essas punições ao corpo mantendo-se viva com eletro choques de dor do que o óbito literal. Precisa então viver, se tudo beira tanto a morte. Precisa mesmo é sentir, sentir até o final, Olhos Azuis. Que seja melhor agora a morte do fim para que haja vida no recomeço.
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